Nos dia 5 e 6 de outubro, a equipe de pesquisadores da Meta 4, liderada pelo professor Marco André Souza, realizou coleta de material para analisar o potencial de produção de óleos essenciais. Uma das espécies que chamou atenção do grupo foi a macela (Pluchea sagittalis).
O preparo do solo para o plantio na Fazenda Nossa Senhora do Amparo foi realizado no mês de setembro e aconteceu em várias etapas. Inicialmente, foi realizada uma operação com gradagem pesada para revolver o solo em profundidade de 30 a 40cm.
Em seguida, foi aplicado calcário em cobertura para correção da acidez do solo e feita uma segunda gradagem para incorporação do calcário.
Após três semanas de reação do calcário, uma terceira operação com grade leve foi executada para deixar a superfície da área nivelada e com o solo desagregado para a próxima etapa: a semeadura. Uma plantadeira de três linhas foi utilizada em operações de semeadura para cada espécie vegetal plantada.
Foram semeadas quatro espécies, sendo duas “crotalárias” (Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis), “mucuna cinza” (Mucuna pruriens) e “feijão de porco” (Canavalia ensiformis).
Essas espécies irão produzir massa vegetal e em seguida serão incorporadas ao solo para fertilização. Esta técnica chama-se adubo verde e está em consonância com a agricultura orgânica.
Pesquisadores da Meta 2 (Organização de arranjos produtivos) iniciaram no começo deste mês o levantamento preliminar sobre hortos e viveiros da região de Maricá. A primeira ação foi na principal ligação rural entre os municípios de Maricá e Itaboraí, a Estrada do Pacheco/ Estrada de Ubatiba.
A equipe coletou dados georreferenciados para a formação de mapas e demais produtos.
O objetivo é formar uma rede de estabelecimentos relacionados à produção de plantas para servir de base para a organização do Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais e Fitoprodutos de Maricá.
Até 18 de setembro, já haviam sido registrados e georreferenciados 100 hortos e viveiros.
De 8 a 16 de julho, o Farmacopeia participou do evento Semana Rural, promovido pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O objetivo da Semana Rural foi aproximar as comunidades das cidades vizinhas da UFRRJ, oferecer qualificação aos produtores rurais e apresentar diversas atividades à população. to, o projeto apresentou várias atividades e expôs produtos em uma tenda montada em frente ao pavilhão central da Universidade, em Seropédica. Além da exposição de amostras dos produtos com base vegetal, também houve a mostra de cogumelos de interesse medicinal e alimentício que serão produzidos pelo Farmacopeia, como Ganoderma lucidum (reishi), Lentinula edodes (shiitake) e Hericium erinaceus (juba de leão).
Essas espécies de cogumelos possuem diversas propriedades medicinais como atividades antibacterianas, antifúngicas, antitumorais e antivirais que podem ser utilizadas simultaneamente com o tratamento convencional de diversas doenças, como infecções bacterianas, fúngicas e virais, câncer, pneumonias, covid e Aids. Os visitantes também poderão ver os pôsteres sobre o estudo de bioprospecção que é feito com os cogumelos da Mata Atlântica, com possibilidades comerciais e de interesse medicinal e alimentar. A pesquisa é realizada pelo grupo Rural Fungi, coordenado pelos professores Ricardo Berbara e Sael Sanchez.
Oficinas
O grupo Rural Fungi promoveu uma oficina sobre identificação e cultivo de cogumelos da Mata Atlântica e cogumelos exóticos, com participação do pesquisador e agroforesteiro, Jorge Ferreira, que realizou uma experiência de caçada aos cogumelos nos fragmentos da mata da UFRRJ.
Foram oferecidas ainda as oficinas “Plantas aromáticas e óleos essenciais”, “Propagação de plantas medicinais e aromáticas”, coordenada por João Araújo, “Plantas medicinais e fitoterápicos na saúde humana e animal, coordenada por Magda Medeiros, e a Oficina de Gestão Social para a construção de um arranjo produtivo local rural de plantas medicinais e fitoterápicos no município de Maricá”, coordenada por Izabel Missagia.
A equipe do projeto Farmacopéia Mari´ká esteve presente na inauguração do Galpão Tecnológico de Maricá no dia 23 de maio.
No espaço funcionará uma incubadora de novos negócios que, de maneira compartilhada e gratuita, orientará empreendedores quanto a estruturação de suas ideias, com consultorias para planos de negócios, dentre outros.
Na ocasião também foi apresentado o projeto arquitetônico do parque tecnológico de Maricá do qual o Farmacopéia Mari´ká fará parte.
Os visitantes puderam fazer um tour virtual pelo Parque Tecnológico de Maricá, inclusive visualizando a área reservada ao Farmacopéia Mari´ká.
Realizado no dia 8 de maio, o II Seminário Municipal de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde reuniu dezenas de profissionais e estudantes da área no espaço M&R Preminum.
A programação contou com mesas temáticas, palestras e debates abordando as potencialidades das plantas medicinais, produtos fitoterápicos e florais, além de apresentar as possibilidades de oferta desses serviços junto ao SUS.
O Farmacopeia Mari’ká, parceria entre UFRRJ, Codemar e Biotec Maricá, e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca (Secapp) apoiaram seminário.
O evento faz parte do projeto “Saúde em Extensão: da Universidade à Comunidade”, desenvolvido entre o Núcleo de Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde (Neps) e a Universidade de Vassouras.
A Coordenação do projeto Farmacopéia Mari´ká promoveu, no mês de março, uma oficina para toda a equipe do projeto envolvendo os colaboradores da UFRRJ, da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica da UFRRJ (Fapur), da Biotec Maricá e da Councilor.
A abertura do evento contou com a presença do reitor da Rural, Roberto de Souza Rodrigues, que reforçou a importância do projeto para a UFRRJ. “Inovação é o caminho que precisamos traçar para a Universidade. A marca da UFRRJ irá nos permitir dar o salto e gerar conhecimento”, comentou Rodrigues.
O coordenador do projeto, Ricardo Berbara, também ressaltou a importância da modernização da Universidade e a necessidade da construção conjunta de uma cultura de inovação.
Já o superintendente de Produção Integrada, João Araújo, apresentou a futura sede da Farmacopeia Mari´ká, a Fazenda N. Sra. Senhora do Amparo, uma fazenda orgânica e certificada pela Abio (Associação de Agricultores Biológicos do Rio de Janeiro) há cerca de 30 anos, propriedade da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar).
Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, o projeto Farmacopeia Mari’ká entregou mudas de plantas medicinais como terramicina, babosa, carqueja, boldo e tansagem a moradoras do município de Maricá, em evento promovido pela Secretaria Municipal de Saúde e parceiros no sábado, 4 de março.
Foi a primeira atuação desse projeto de inovação e pesquisa, uma articulação entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a empresa pública Biotec, vinculada à prefeitura de Maricá. O convênio do Farmacopeia Mari’ká foi assinado em dezembro de 2022, e os trabalhos iniciados em janeiro deste ano, com duração prevista até dezembro de 2025.
Os presentes ofertados às mulheres de Maricá não foram uma escolha aleatória. A palavra farmacopeia significa guia de fórmulas para a produção de medicamentos, e as plantas medicinais e a ampliação do acesso da população a produtos fitoterápicos tradicionais são o foco desta ação de extensão tecnológica. Em paralelo ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o Farmacopeia Mari’ká busca o desenvolvimento econômico e social do município, com a inclusão da agricultura familiar na produção de espécies selecionadas. Todo o processo se baseia na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e na Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Nesta aliança com a Biotec, a UFRRJ investe capital intelectual, formado por equipes compostas por servidores técnicos, estudantes e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. A coordenação geral é do professor Ricardo Berbara, do Instituto de Agronomia.
Metas do projeto Farmacopeia Mari’ká
A primeira meta é a produção de plantas medicinais e demais espécies com potencial farmacológico como Psilocybe cubensis e Cannabis. Os trabalhos são coordenados pelos professores do Instituto de Agronomia, Antônio Carlos de Souza Abboud e João Sebastião de Paula Araujo.
A segunda meta envolve os conhecimentos tradicionais associados ao uso de plantas medicinais e desenvolvimento de polo de produção em comunidades locais. As ações são coordenadas pela professora Izabel Missagia de Mattos, do Departamento de Ciências Sociais (ICHS).
A terceira meta é a garantia do controle de qualidade de plantas medicinais, drogas vegetais e produtos tradicionais fitoterápicos. A coordenação é do professor Douglas Siqueira de Almeida Chaves, do Departamento de Ciências Farmacêuticas (ICBS).
A quarta meta é a produção de óleos essenciais, coordenada pelo professor Marco André Alves de Souza, do Departamento de Bioquímica (IQ).
A meta 5 é a pesquisa e serviços públicos relacionados à fitoterapia, coordenada pela professora Magda Alves de Medeiros, do Departamento de Ciências Fisiológicas (ICBS).
Parceria estratégica para a UFRRJ
O orçamento do Farmacopeia é de 25 milhões e prevê a oferta de cerca de cem bolsas de pesquisa e apoio, realização de obras e aquisição de equipamentos. Além da produção de tecnologias e informação para o município, o projeto vai reformar e construir laboratórios de pesquisa usados na investigação de fármacos e produtos naturais em Maricá e no câmpus de Seropédica da UFRRJ. Os laboratórios a serem construídos são o Centro de Inovação, Agroecologia e Biodiversidade, a Unidade de Processamento Experimental de Fitoterápicos, o Laboratório de Biotecnologia, e o Laboratório de Extração de Óleos Essenciais.
Na visão do coordenador Berbara, esta parceria com o poder público é estratégica e destaca o papel da Universidade Rural na articulação de saberes populares e científicos para o desenvolvimento regional. “A Rural ganha ao se engajar nesta ação formada por grupos de trabalho multidisciplinares na elaboração de tecnologias que causam grande impacto na saúde da população”, avalia o professor.
Ao longo das próximas semanas, publicaremos novas informações sobre os projetos que compõe as metas do Farmacopeia Mari’ká